sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

"How can love survive in such a graceless age?"

Eu demorei a decidir que frase dessa música seria o título desse post, poderia usa-la inteira.
Alias, se você quiser lê-lo ouvindo-a, seria perfeito. Mas fique à vontade, o vídeo está no fim do post.
Quando o ano virou eu decidi fazer dessa virada um marco na minha vida também. Já havia passado da hora de deixar o que não me servia para trás, esquecer o passado e olhar para frente.
Nesse lista de coisas a fazer me existe uma coisa essencial: aprender a esquecer.
Não esqueço quase nada.
E mais ainda: não esqueço pessoas que amei ou que um dia disseram que me amavam.
Mas a vida segue, o mundo dá voltas e ou você segue adiante ou a vida te engole e você perde tudo o que te resta e cara, muitas vezes você não entende de primeira, mas essa porrada que a vida dá pode ser a melhor coisa que te acontece.
Pouco antes do ano acabar eu descobri essa música e ficou martelando na minha cabeça a ultima frase, "even if you don't love me anymore". Ficou mesmo, feito chiclete no sapato.
E eu, na minha mania de ir a fundo, dissequei cada frase e descobri na musica a trilha perfeita para uma coisa que acabou, mas que eu ainda não havia aprendido a deixar partir.
As vezes acontecem coisas na vida que só acontecem porque tem que ser mesmo. Se não tivesse jamais teriam entrado naquelas páginas. E um dia elas tomam um rumo próprio e obviamente diferente do que desejávamos, se é que, nesse movimento involuntário, desejamos alguma coisa.
E quando isso passa a fazer parte, fazer falta, como se vive?
Hoje eu tive mais uma decepção com essas coisas que a vida propõe e impõe.
Não sei se decepção é a palavra, mas me choca ver que as pessoas as vezes apagam tudo o que nos diz respeito de suas vidas.
Me pergunto se essa tentativa de nos extirpar do mundo palpável consegue nos expulsar de seus corações.
Eu acredito que não.
Mas no alto de minha ingenuidade, me surpreendo ainda com toda essa mágoa que percebo nos outros e acabo absorvendo um pouco dessa mágoa.
Me consola saber que logo esquecerei porque entreguei esses sentimentos que não tem lugar na minha vida a Papai do Céu e pedi que me ensinasse tudo o que for necessário aprender pra ir adiante...
Junto a essa "descoberta" de mágoa viva e latente, descobri textos de pessoas que, ou já admirava ou passei a admirar.
Já havia dito que ando viciada na Martha Medeiros e achei um texto dela que fala sobre a diferença entre dizer que ama e amar de verdade. E foi latente.
Antes disso descobri o blog do Fernando, que indiquei no meu post anterior e entendi que a página realmente não basta para mim. Eu realmente preciso fechar o livro.
Ainda que ele caia da estante na minha cabeça e me mostre todos os sorrisos que foram provocados, todas as sensações boas, tudo que aconteceu e que hoje é só um monte de nada.
Acho até que posso chamar de um monte de mágoa. De ambos os lados.
O engraçado é que eu só sei de mim, só tenho certeza do que senti e de tudo de bom que foi provocado em mim, ainda que tenham sido fruto de ilusão.
E mesmo que pareça agora sem sentido dizer tudo isso, me pergunto se algum dia o "eu te amo" que ouvi foi de verdade.
Existem tantas perguntas, cujas respostas vão morrer em cada coração calado e sufocado por tudo isso.
Eu fiquei com essas coisas na cabeça, sobre o quanto tudo o que machuca fica latejando, embora no fim não seja sobre isso essa dor... "But I think it's about forgiveness".
Hoje eu sei que apenas dizer o "Eu te amo" não basta se não houver a aceitação do outro e principalmente se não soubermos aceitar suas fraquezas e nos colocarmos no lugar dele.
Mas é complicado ainda.
Acho que nesse momento, a única coisa que vai fazer sentido é essa musica da India Arie, "The heart of de matter".
Acho também que é a única forma possível de dizer tudo o que eu queria dizer e acho que não consegui, mesmo nesse texto, fechar o livro e seguir adiante.



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